terça-feira, 28 de junho de 2011

Parabéns pai!

O meu pai

O meu pai é… hum… é…

Oh! Acabou-se! Desisto, já não tenho paciência para inventar poemas. Já gastei toda a minha imaginação em dias do pai e da mãe e em festas de aniversário de familiares! Nasci há treze anos, oito meses e vinte e um dias, mas já desgastei todas as rimas que serviam para fazer poemas lamechas e textos sentimentais! Todas as palavras que usei estão rotas e cheias de bolor e todas as rimas que trouxe para os pedacinhos de papel branco que ofereci todos os anos já foram debicadas pelo tempo e comidas pelos pássaros. Todos os anos os desenvolvi (os poemas) um bocadinho, lhes acrescentei um bocadinho mais de sal. Mas agora já estão tão salgados que se confundem com as ondas do mar, ou com a sopa do Mc’Donalds e nenhum poema que se confunda com qualquer outra coisa a não ser a pessoa para quem ele é escrito é digno de ser oferecido. Acabou-se! Se há coisa que não vou fazer neste momento é voltar a repetir essas palavras e rimas, ou acrescentar-lhes um bocadinho mais de sal (visto que estamos em crise e o sal também é caro) e tenho a certeza que o meu pai não se vai importar.

Por isso, hoje, para não acabar com a tradição, fiz este texto, com uma mão cheia de ironia e outra de sinceridade. Serve-me apenas para afirmar o óbvio: o meu pai é o meu pai e nunca há-de-ser comido pelos pássaros.

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