quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TEDxyouthBraga

Sabem aqueles dias muito chatos em que temos TANTA coisa para fazer, mas não nos apetece fazer MESMO nada? Bem, este não é um desses dias (graças a Deus!), primeiro porque não tenho lá grande coisa para fazer, segundo porque até está um daqueles dias bonitos que nos eleva a autoestima e terceiro porque ontem, no youtube, vi uma palestra do Miguel Gonçalves que (essa sim) eleva muito (mas mesmo muito) a autoestima e o orgulho de quem é português. Se pensarmos bem, apesar de isto estar tudo muito mal, Portugal ainda é um daqueles países onde a vida humana é muito valorizada e um assalto a um supermercado ainda é notícia.
Esta (mini) palestra faz parte de um projecto feito em Braga (TEDxyouthBraga) cujo tema principal é INSPIRA-TE e tem como objetivo motivar e desafiar os jovens bracarenses a seguirem os seus sonhos. São então convidados, para este projecto, várias pessoas com sucesso na vida, como o Miguel Gonçalves, que falam com os vários jovens sobre temas diversos e atuais. 
O Miguel Gonçalves tem vindo (apesar de ser licenciado em psicologia), ao longo dos últimos dez anos, a desenvolver vários projetos em colaboração com várias empresas. Lançou há pouco tempo uma agência de criatividade, a Spark. Em 2009 fez uma viagem, durante um ano, por Cabo Verde, China, Malásia, Tailândia e Inglaterra e em 2010, em parceria com a Capital Europeia da Juventude 2012, fez uma Volta Europa em três meses a mais de 30 cidades europeias. 
Em Janeiro de 2011 a Spark lançou, em parceria com a Factory Business Center, o SoPitch, que pretende redesenhar o interface entre empresas e candidatos a integrar o mercado de trabalho.
Para além desta palestra aconselho-vos a ver também a de Carlos Coelho.
VIVA PORTUGAL!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Situações sem piada que nos fazem rir mais tarde ou mais cedo I

"Va lá, senhor diretor! Despache lá essa reunião que o meu filho tem concerto hoje!" pensava Maria, depois de quatro de horas de regras e artigos e discursos infindáveis. "Sim, sim, já percebemos que devemos honrar o nosso trabalho, ter respeito pelos nossos colegas, etc., etc. É o mesmo discurso todos os anos, por amor de Deus! Deixe-me lá sair, senhor diretor!" Maria gostava de poder pensar em voz alta, sair dali sem razões "suficientemente importantes" ou, melhor ainda, mandar o senhor diretor à fava sem ter nenhumas consequências. Mas os seus pais tinham-na ensinado desde pequena que não se falta ao respeito a ninguém, por mais infindáveis e repetitivos que sejam os seus discursos, e Maria já era crescidinha, sabia comportar-se e ter paciência. E por isso, durante mais quinze minutos, ficou sentada na sua cadeira, ouvindo o senhor diretor falar de civismo, responsabilidade e outros valores importantes que fazem de alguém um bom profissional.
- E assim acaba esta reunião... - disse o diretor.
Maria não esperou. Descolou-se à pressa da cadeira, agarrou na mala e no casaco e, balbuciando um pedido de desculpas rápido, desatou a correr até ao parque de estacionamento, pronta para entrar no carro e zarpar o mais depressa possível para o concerto de piano do filho, que certamente já tinha começado.
Maria nunca se sentira tão mal educada na sua vida. Gritou (mas não de forma muito espalhafatosa) com todos os carros que vinham à sua frente, acusou os camionistas de fumarem charutos e falarem ao telemóvel dentro da camioneta e insultou raivosamente os pobres semáforos vermelhos e sinais de STOP.
Mas lá chegou, depois de longos minutos, ao concerto do seu filho, ofegante mas sorridente, quando percebeu que ainda não tinha acabado. Deixou-se cair numa cadeira do auditório. Acenou ao rapaz.
Este levantou-se da cadeira, com um meio sorriso e fez uma vénia. Saiu. As pessoas bateram palmas, comentaram: "Maravilhoso, maravilhoso!", levantaram-se das cadeiras e foram-se embora. Dentro do auditório ficou só Maria, pasmada.
Riu-se.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Explosão de sensações

Sinto-me tão inspirada e sentimental neste momento! Se não fosse esta chuvinha torrencial e estes relâmpagos tão brilhantes que passeiam aqui num tormento, não me importava nada de andar por aí a pedir beijos e abraços a qualquer pessoa que me aparecesse à frente. Mas, sabem? há uma explicação por trás deste mistério. Uma explicação mais válida que qualquer outra. A verdade é que, neste momento, estou a ouvir uma maravilhosa música de Schumann e está a começar a afectar-me. Por isso, não se surpreendam comigo neste post, principalmente se ele acabar a meio de uma frase.
Oh não! Mudou o andamento! O que faço eu agora à minha vida! Já estava a habituar-me a este estado de transe, a este sentimentalismo piegas! E agora aparece-me à frente um Allegro, uma alminha cheia de frenesim! Bolas!
Pronto, já voltou ao normal... 
Aumenta... Aumenta... Tanta alegria! 
Já não te percebo Schumann...Feliz, sentimental, feliz, sentimental! Quente, frio, quente, frio. Decide-te, caramba!
Cresce e cresce e diminui e cresce e aquela maneira de respirar fundo e acabou! Em cheio, em grande, tão claro, mas tão difícil de descrever!!
É isto que adoro na música, esta explosão de sensações.  

sábado, 24 de setembro de 2011

Sai, preguiça!!!

Estou cheia de preguiça!!! Não me apetece fazer absolutamente nada! Quando posso, fico sentadinha no sofá, confortável, a absorver todas as moléculas preguiçosas que encontro no ar, por aí. Quando não posso, lamento-me, endireito as costas e penso "Agora não é tempo de engonhices, sestas depois do almoço ou de preguicites agudas. É para recuperar o ritmo e acabou-se. Não se fala mais nisso.". Mas, para ser sincera, não tem resultado muito bem. E, atualmente, no séc. XXI, a vida de muitos adolescentes é exatamente essa. Que se há-de fazer? Se o meu cérebro me diz: "Margarida, relax..." não o posso contrariar. 
Estou mesmo cheia dessa coisa chata chamada preguiça. De vez em quando, sabe bem dormir o dia inteiro, mas neste momento, por mais que me apeteça, acabaram-se esses luxos! A partir de hoje, eu, como tantos ex-preguiçosos, bano-te para sempre da minha cabeça. Talvez, se tiveres sorte, te deixe entrar em tempos de chuva.
    

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O código dos artistas

Esta coisa da inspiração é uma grande treta! Todos os artistas dizem ter algum local de inspiração: o mar, os grilos, a brisa fresca da Primavera a bater-nos na cara, Paris e os seus becos iluminados... São todos locais, climas, cheiros, sentidos, estados de espírito ou meditações puramente belas, silenciosas e relaxantes.
Todos os artistas, ao sentir a delicadeza disso a que chamam inspiração, se lembram de alguma coisa para inventar, se enchem de cores, de risos e de sentidos e a arte aparece como que por magia. Como se um toque das coisas que mais adoram os despertasse para a vida!
Todos eles têm uma inspiração...
Todos menos eu. Eu só tenho pontos de referência. Isso, pontos de referência que apenas me fazem sorrir: O cheiro a barba feita do meu pai; O riso da minha mãe; A simplicidade única do meu irmão; O som da chuva a bater na janela; A música; A aldeia dos meus avós...
Quanto à inspiração, a malandra surge-me em todo o tipo de sítios estranhos: na hora de ir para a cama, no meio do barulho e das discussões, ao som das picaretas e maçaricos das obras da casa ao lado, até, às vezes, na casa de banho!
Portanto, fico-me pelos pontos de referência. Não posso chamar inspiração a sítios como a casa de banho! Ofenderia o código dos artistas, que para mim é uma das mais descaradas mentiras do mundo. Tudo o que tenho, tudo o que eles têm são pontos de referência. Mas nenhum deles, nenhum de nós o quer admitir.

Dedicado a todos os artistas principalmente ao meu tio e à minha vizinha, pintores; à minha tia e à minha mãe, escritoras; ao meu pai e ao meu irmão, músicos.

sábado, 2 de julho de 2011

Beardyman

Vejam até ao fim.

A garrafinha

Começo a perceber agora como o Verão maça a cabeça das pessoas. Principalmente quando estamos em Braga, o calor é abafado e infernal e a perspectiva de cortar o cabelo à rapaz é um bocado assustadora. O que vale é que agora já se acabaram as actividades que me impediam de sair de casa e tenho todo o tempo do mundo para me refrescar.
Neste momento só queria mesmo ter aquela garrafinha dos ventos de Ulisses, soltá-los um a um e poder senti-los na cara nem que fosse só por um segundo. Depois, pronto, eles que fossem refrescar o resto de Portugal (também não sou invejosa) e talvez sobrevoar os mares do Sul e os países tropicais.
Quem sabe, talvez um dia eles tenham saudades da rapariga que os soltou e voltem para a garrafinha de vidro apertada onde um deus qualquer, ou rei, ou ninfa os prendeu. E quem sabe um dia eu os solte outra vez, quando o calor abafado voltar.
Portanto, muito bom dia leitores. Por agora, eu vou deitar-me no sofá, pôr no máximo a ventoinha e esperar para ver o que acontece.



terça-feira, 28 de junho de 2011

Parabéns pai!

O meu pai

O meu pai é… hum… é…

Oh! Acabou-se! Desisto, já não tenho paciência para inventar poemas. Já gastei toda a minha imaginação em dias do pai e da mãe e em festas de aniversário de familiares! Nasci há treze anos, oito meses e vinte e um dias, mas já desgastei todas as rimas que serviam para fazer poemas lamechas e textos sentimentais! Todas as palavras que usei estão rotas e cheias de bolor e todas as rimas que trouxe para os pedacinhos de papel branco que ofereci todos os anos já foram debicadas pelo tempo e comidas pelos pássaros. Todos os anos os desenvolvi (os poemas) um bocadinho, lhes acrescentei um bocadinho mais de sal. Mas agora já estão tão salgados que se confundem com as ondas do mar, ou com a sopa do Mc’Donalds e nenhum poema que se confunda com qualquer outra coisa a não ser a pessoa para quem ele é escrito é digno de ser oferecido. Acabou-se! Se há coisa que não vou fazer neste momento é voltar a repetir essas palavras e rimas, ou acrescentar-lhes um bocadinho mais de sal (visto que estamos em crise e o sal também é caro) e tenho a certeza que o meu pai não se vai importar.

Por isso, hoje, para não acabar com a tradição, fiz este texto, com uma mão cheia de ironia e outra de sinceridade. Serve-me apenas para afirmar o óbvio: o meu pai é o meu pai e nunca há-de-ser comido pelos pássaros.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Viajando...

Viajar é fantástico!! E no tal sítio de que vos falei, para além de estar com a família, passei um tempo maravilhoso a ver e descobrir coisas novas, a fazer novas experiências e a comer (uma das melhores partes é claro) coisas que nunca antes imaginara. Andei de teleférico, visitei aldeias, comi, num país perto desse de que vos falo, metade de uma pizza familiar, provei queijo, queijo e mais queijo, fui a um castelo, percorri património nacional de uma ponta a outra e ouvi falar três línguas diferentes. A única coisa que via na televisão era o mcm top, pois, sinceramente, não percebo patavina da língua que se fala nesse sítio. Mas foi nesse canal que apanhei esta música e até gostei. Senhores e senhoras, L'horloge Tourne (mais conhecida por Dam, dam, deo, como eu e as minhas primas dizemos).

P.S. Peço desculpa, mas como não consegui carregar o vídeo (ou fiquei cansada de esperar) vão ser obrigados a procurar na internet. Que se há-de fazer, o mundo é cruel, a vida é curta e a internet limitada. Aproveitem e vejam também Rolling in the deep, de Adele e Bambino, de Dalida (a minha prima canta esta música melhor/mais comicamente que ela).

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um sítio qualquer, não desconhecido, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar

Amanhã vou para um sítio qualquer, não desconhecido, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar. Nesse sítio qualquer, não desconhecido, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar, vou visitar certas pessoas, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar. E tenho a certeza que lá farei imensas coisas cujos nomes me são desconhecidos e que não pretenderia revelar se por acaso os soubesse. Mas, infelizmente, não sou nenhuma mulher com poderes especiais, que lê o futuro, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar devido à preguiça que se desenvolve nos meus dedos neste momento. Por isso, opto por dar a esta conversa entediante, para a qual não arranjo mais nenhum nome, um fim e deixar o suspense no ar à espera que vocês, leitores desconhecidos, que sabem o meu nome, mas cujos nomes não sei, fiquem com uma inveja raivosa a brotar do peito e desejem, num ataque repentino de... qualquer coisa para a qual fiquei sem vocabulário, ir para esse sítio qualquer, não desconhecido, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar.
Quem sabe talvez já lá estejam.
Dedicado a uma certa pessoa, cujo nome me lembro, mas não pretendo revelar.

sábado, 9 de abril de 2011

Parabéns!

Parabéns Carolina!!! Espero que já não estejas doente e que aproveites o dia!!! Comigo também, é claro!

FÉRIAS!!!!!!!!!

Chegaram as férias, finalmente!!! Peço desculpa, não disse direito...
Chegou a interrupção lectiva, finalmente!!!! Disse direito agora?! Obrigada...
Sabem que estou sem ideias para escrever? A interrupção lectiva chegou e eu só penso em como a vou aproveitar. Interrupção lectiva... porque é que pessoas têm sempre de complicar tudo? Dizer férias seria muito mais fácil e muito menos ridículo do que dizer essas duas palavrinhas que apenas algumas pessoas usam para dar azo da sua sabedoria. Ou para nos tirar, a nós, crianças, adolescentes, universitários, alunos em geral, o gosto de dizer essa palavra em voz alta (que não custa muito, pois são só três sílabas) e fugir para nunca mais voltar... ou para voltar daí a duas semanas. O que importa é que ninguém gosta de dizer interrupção lectiva, quando pode muito bem dizer algo muito mais fácil. E afinal qual é a diferença? A escola e o trabalho são coisas boas. Aprende-se, estuda-se, convive-se, fala-se. Mas cansam e exigem descanso, por isso dizer férias é algo de que toda a gente gosta. E a verdade é que elas já começaram, ou começou a interrupção lectiva, e eu vou fugir para nunca mais voltar... ou voltar daqui a duas semanas.

Dedicado à D., que diz que nunca se deve fazer férias dos amigos. Eu concordo.

sábado, 26 de março de 2011

Novo título?

Bom dia seguidores, leitores, anónimos! Ora bem, eu, para dizer a verdade, não gosto muito do nome do meu blogue... Como diz o meu pai, "O meu livro em construção" soa um bocado a amador, a queijo da serra do Pingo Doce. E não era bem essa a imagem que eu queria passar. Porque este blogue é tudo menos queijo da serra do Pingo Doce ou outros quaisquer derivados do leite. Ainda pensei em chamá-lo "Crónicas do óbvio e da vida quotidiana", "Amarga500", "Violoncelista e Cª" ou "A arte de descascar batatas", mas precisava assim de uma opinião e de mais ideias, se faz favor. Por isso, seguidores, leitores, anónimos, se tiverem uma imaginação fértil e estiverem a ler isto agora, bem, fico à espera! Nunca se recusa o pedido de um bloguista!
Com os melhores cumprimentos,
Margarida Magalhães Vieira

sexta-feira, 25 de março de 2011

A Primavera e a greve dos camionistas

Este ano, a Primavera veio um dia mais cedo! Em vez de dia 21 veio dia 20. Quem sabe a boleia para Portugal se tenha adiantado, ou a Primavera tenha decidido vir mais cedo, por causa da greve dos camionistas, da demissão de Sócrates e da confusão que começaria a florir em Portugal no dia 21. Por isso, veio um dia mais cedo, para que toda a gente reparasse na sua chegada com a devida atenção e não estivessem preocupados com o curioso estado crítico do nosso país.
Infelizmente, hoje em dia, as prioridades do ser humano estão muito confusas. Mesmo no calmo e relaxante dia 20 de Março, que a Primavera escolheu para aparecer, existem coisas com que as pessoas se preocupam. Alarmam-se por causa do trabalho de casa que se esqueceram de fazer, assustam-se por causa do teste que vão ter no dia seguinte, inquietam-se por causa do relatório, do resumo ou da acta que vão ter de entregar na terça-feira e espantam-se pela cada vez mais catastrófica situação do Japão.
A Primavera está com muita falta de sorte! Ela, que estava habituada a ser recebida de braços abertos, apenas recebe, para animar, uma ou outra crónica optimista (que não é o caso) nuns bloguesitos rasca sem piada nenhuma (que também não é o caso).
Tenho pena da Primavera e dos desempregados, que se esforçam tanto para nada.

Dedicado à minha tia, que recebeu a Primavera de braços abertos e cujo blogue não é nada rasca.
Dedicado ao Samuel, que adora arco-íris de uma forma estranha.

sábado, 19 de março de 2011

Dia do pai

Hoje é um dia muito especial. Espero que nenhum de vocês, filhos, se tenha esquecido dele. Hoje é um dia diferente para o descascador de batatas cá de casa.

Dedicado ao meu pai, o dito cujo de quem falei em cima.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Transborda pessoas

"Se não te calas levas um murro que vais parar à China!"
Esta é uma frase muito conhecida. Muito conhecida... muito utilizada, mas que não faz sentido nenhum. Por amor de Deus!!! Ninguém tem assim tanta força!!! Parem de se vangloriar, meus amigos e comecem a ir ao ginásio, porque eu não vejo músculos nenhuns! Se querem mandar alguém para a China, é fácil. É preciso apenas adormecer a suposta vítima, levá-la cuidadosa e silenciosamente até ao aeroporto mais próximo e embarcar clandestinamente no primeiro voo da TAP. E já está. Quem diria?
Já agora, porquê a China? De mais pessoas é que a China não precisa de certeza! Poderiam sempre mandar a vítima para o Alaska, ou para a Sibéria, que quase não têm pessoas. Mas não, em vez disso preferem a China. Esse país que transborda de pessoas, que aplica políticas antinatalistas, que manda imigrantes para sítios como Portugal, que está cheio de bebés, crianças, adolescentes, e de mais um número infinito de gerações que nunca mais acabam. E as pessoas, em vez de ajudarem a pobre China que já mal consegue respirar de tanta população, mandam para lá mais uma pessoa, só para chatear.
Se não páras com isso, mando-te para a Gronelândia.

Dedicado ao Miguel, que não sabe fazer rimas.

Dedicatórias

Dedicatórias...
Vou começar a fazer dedicatórias nos textos que escrevo no blog. Mas nada muito comprido ou chato, como algumas que vêm nos livros. Dedicatórias curtas e objectivas e que só chateiem as pessoas a quem são dedicadas. E juro que se vos apanho a não ler as minhas dedicatórias, nunca vos hei-de de dedicar alguma coisa... E ponto final parágrafo.

Dedicado à minha vizinha de cima, pois esqueci-me de a avisar que hoje não ia almoçar com ela.

sábado, 12 de março de 2011

Descascador de batatas

Quando era ainda muito pequenina e inocente (como se isso fosse há muito tempo atrás!) perguntei ao meu pai o que queria ser se não fosse professor. O meu pai sorriu com um ar matreiro e respondeu: "Se não fosse professor, queria ser descascador de batatas num restaurante!"
E eu ri-me muito alto, porque mesmo pequenina e inocente sabia distinguir uma brincadeira de uma coisa séria. Mas agora, para dizer a verdade, penso que seria muito menos trabalhoso para o meu pai ser descascador de batatas no MacDonald's do que professor na escola ali da esquina. Quando se é descascador de batatas, existe um grande risco de cortarmos os nossos próprios dedos e de ficarmos com a mão cansada de fazermos sempre o mesmo movimento e até, com um bocado de azar, de ficarmos com um entorse na mão. No entanto, depois de muitos longos anos a descascar tubérculos de tamanho indefinido no MacDonald's, pode ser que evoluamos para descascadores de cebolas e passemos os dias a chorar até nos secarem as lágrimas. Depois, mais tarde, quando o dono do MacDonald's se reformar, talvez tenha pena do pobre coitado que passa o dia a chorar até secar as lágrimas e o promova a dono daquilo tudo. E, com sorte, talvez o desgraçado descascador de cebolas apareça no telejornal, ou num qualquer documentário sobre alguém que preferiu ser descascador a professor, e, ao contrário do que se esperava, se tornou num milionário respeitado por todos os fãs de hambúrgueres e outra qualquer comida de plástico.
Quando se é professor tem de se preparar aulas, fazer actas, ir a reuniões, ajustar o horário de modo a poder levar e ir buscar os filhos à escola, lidar com encarregados de educação que insistem no facto de o seu filho ser um santinho que não faz mal a uma mosca, transmitir más notícias, escrever recados, marcar faltas disciplinares e perder o intervalo por causa de um único miúdo cheio de dúvidas sobre a matéria, que para o professor não é assim tão difícil.
Ao menos dantes, segundo contam os meus pais, ser professor era divertido. Os alunos empenhavam-se, os horários não eram tão apertados, não havia tantas leis, decretos, artigos, ofícios, circulares,... e a matéria não parecia tão enfadonha. Mas, como dizem as pessoas mais velhas, esta juventude e este governo de agora já não são o que eram. Eu não sei nada do que digo, só digo o que ouço de outras pessoas, de pessoas mais velhas, mais experientes e com outra noção de liberdade.

Ao menos, quando descascamos batatas, ninguém se dá ao trabalho de nos chatear a cabeça.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavras à janela

Adoro teatro! Acho que é uma forma eficaz de exprimirmos a nossa raiva ou quaisquer outras coisas que estejamos a sentir, sem ninguém reparar que é real. Em vez de dizerem: "Eh lá! Estás enervada como a minha mãe quando me "esqueço" de arrumar o quarto!" ou: "Coitadinha, está tão triste! Vai afundar-se em lágrimas a pobre rapariga!", dizem: "Meu Deus! És tão talentosa! Enganaste-me bem! Nunca vi ninguém tão boa como tu! A sério... Oh, estás a ser demasiado modesta!".
Curvo-me perante o génio que inventou o teatro! É absolutamente engenhoso e não precisa de muito estudo. O sonho de todos os delinquentes juvenis... Mais ou menos...
De qualquer forma, eu faço parte de um grupo de teatro e aqui há uns tempos apresentamos vezes sem conta o nosso primeiro teatro: Palavras à janela!
Aqui está um poema que inventei com esse nome:

Espreito pelo vidro...
As palavras, fora da janela,
Falam umas com as outras
E cantam melodias que toda a gente conhece.
As conversas são as mesmas,
Gastas, repetidas,
Toda a gente as esquece.
Mas são bonitas as palavras,
Nunca cansam ninguém.
São sempre as mesmas,
E livres,
Dizem o que lhes convém.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Animalodependentes

A maior parte de nós, humanos, é "animalodependente". O que eu quero dizer com este caprichoso palavrão é que quase todos nós temos o cruel vício de nos alimentar de pequenos e indefesos animais, muitos deles enérgicos e jovens, "criancinhas" inocentes sem a noção do terrível perigo que para eles é o ser humano. Leonardo Da Vinci sim, esse era um homem louvável; admirador de pássaros e paisagens, digno de respeito, penso eu. Diz-se que quando ia ao mercado e via pássaros presos e amontoados nas suas gaiolas, os soltava, os libertava, pagando depois a quantia devida ao vendedor. É como eu disse, um homem louvável e digno de respeito!
Agora nós, actuais seres humanos, somos "animalodependentes" e o nosso vício nunca deixa de ser cruel. A verdade é que mesmo eu, que faço todas estas declarações e defendo os animais indefesos que nos servem de alimento, me esqueço disso à hora do jantar. "É o instinto de sobrevivência" dizem os cientistas, "a lei do mais forte". "O tanas!" digo eu, pois sei perfeitamente, como todos nós sabemos, que somos apenas seres gulosos que gostamos do sabor do que é mais alegre no mundo. Por mais que tente (a verdade é que também não quero), não consigo abdicar dessa crueldade... e viverei com ela até os meus dentes caírem todos e as minhas gengivas ficarem tão moles que nenhuma prótese me sirva. Foi o instinto de sobrevivência que criou a obesidade.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cântico Negro

Este era um dos poemas que a minha tia me costumava (e costuma) dizer quando era mais pequena do que já sou. Gosto imenso do modo como soa aos meus ouvidos e é mesmo o que me apetece dizer quando vejo um panfleto de publicidade a convidar-nos a ir a um qualquer destino turístico longe daqui. O facto é que nunca o faço. E mesmo que o fizesse, seria mais para me vangloriar do meu conhecimento literário do que para criticar. Senhoras e senhores, de José Régio, "Cântico Negro"

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,

E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!

Ninguém me diga: "vem por aqui"!

A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,

É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou

Sei que não vou por aí!


Poemas

Mandei estes textos para a revista da minha escola e decidi postá-los aqui, para o caso de não serem aceites.


Sombras

Sombras… Sinistras… Cegas… Vazias…

Sombras de crias…

Sombras de sombras de crianças sentadas à sombra…

Sombras de um pomar.

Sombras que vão de volta para casa, lar doce lar.

Sombras que passeiam, vagueiam e batem à porta.

Sombras que escurecem, que andam,

que são silêncio numa alma morta…

E são as sombras que nos denunciam, que nos copiam,

nos seguem, nos espiam…

Mas mantêm-se perto… e longe…

E nunca nos abandonam…

É tarde, muito tarde, mas as sombras nunca se cansam…

Andam em bicos de pés, leves como as ondas do mar…

E regressam sorrateiras a casa, lar doce lar…


A mãe de todas mães

Caros colegas

Este é um texto normal, banal, sarcasticamente idiota. Este pequeno texto apenas fala de coisas do dia-a-dia, coisas “chatas”, que não vale a pena relembrar, porque as fazemos todos os dias, vezes sem conta. São histórias tão contadas e recontadas que já não são nada de novo. Nada de especial! Porque haveria alguém de se interessar por tamanho desinteresse!?

Mas enfim, esta é a minha história: todos os dias a minha mãe (Dona Teresa, se faz favor) me vem acordar às sete e um quarto da manhã (duas vezes seguidas devido à minha preguiça extenuante) e eu lá me levanto. Bocejo, dirijo-me calmamente até ao pequeno cubo sem janela a que chamamos casa de banho e tomo um banho de água quente com o meu champô Pantene Pro-V Classic (formato económico25% grátis). Lavo e passo por água, tal como diz nas instruções, e ensaboou-me com um gel de banho qualquer. Seco-me com a toalha previamente aquecida no aquecedor, visto-me e seco o cabelo com um brinquedinho engraçado chamado secador. Depois, vou tomar o pequeno-almoço: uma deliciosa taça de cereais e um pratinho com uma maçã cortada aos bocados. Vou a correr até à casa de banho e lavo os dentes com a minha escova transparente, usando pasta dentífrica, preferencialmente Colgate ou Sensodyne. Pego na mochila e no casaco e parto rumo à André Soares.

Agora já vocês sabem como é: aulas de noventa minutos e intervalos de quinze; uma conversazinha ou passeio com os amigos, enfim, banalmente falando. Depois do almoço, vou para casa, para a companhia da música, continuo na André Soares ou simplesmente passo a tarde inteira com os amigos.

Lancho, janto, amuo por ter de me deitar cedo, tento convencer os meus pais a deixarem-me acabar o capítulo daquele livro espectacular que estou a ler (sem resultados), ouço o meu irmão a trautear uma canção qualquer no escuro, vou desligar a luz da casa de banho, ouço o meu irmão a resmungar por ter desligado a luz da casa de banho, resmungo de volta, ouço a minha avó a mandar-nos dormir, rimo-nos, adormecemos. Fim.

A verdade é que hoje estou verdadeiramente desprovida de ideias e desaprendi tudo o que já tinha aprendido ao longo da minha pequenina vida. Hoje é o meu dia da preguiça e ninguém o vai interromper. Por isso, professores, funcionários, editores, directores, caros colegas! Daqui não vai sair nenhum texto de jeito! Apenas um texto banal, sobre pessoas normais, a fazer coisas do quotidiano. Tenho lá paciência para escrever textos, neste momento!... Sendo assim, se não se importam, vou repousar no meu momento de transe e aproveitar a preguiça. Acabou-se a conversa! Ponto final parágrafo.

E chega de discussões! Se não se importam, vou acabar a minha sesta depois do almoço.

Preguiçosamente

Margarida





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Declarações

Este mundo é cruel e estúpido. Mas vale a pena viver nele… É a única coisa que tenho a dizer. Obrigada pela sua atenção. Oh, acha que a fiz perder tempo?! Obrigadinha aí! Porque é que prestei uma declaração tão curta? Declaração?! Meu Deus, não estamos em nenhum tribunal! Pare de me massacrar! Não preciso de declarações para nada deste mundo… Nem a senhora precisa… Apenas disse a verdade em poucas palavras. Que era, por acaso, o que toda a gente devia fazer. A maioria das vezes todos dizemos palavras a mais, gastamos o nosso latim sem necessidade nenhuma! Se por acaso sei falar latim? Era apenas uma expressão! Neste mundo já não se percebe nada! Prefere “gastamos o nosso português”…? Por amor de Deus! Alminhas que estão no céu! Seremos assim tão estúpidos? Não, não a estava a chamar estúpida, estava só a falar sozinho! Não, não estou a ser sarcástico! Caramba, importa-se de respirar fundo? Ninguém precisa de declarações para nada! Não, desculpe, com todo o respeito, a senhora não precisa de declarações, PRECISA DE UM PSICÓLOGO! SIM, ESTOU A CHAMÁ-LA MALUCA E NÃO, NÃO TENHO VERGONHA DISSO! A SENHORA É QUE DEVIA TER VERGONHA!

5 minutos depois…

Vê, minha senhora, isto foi só um exemplo de como o nosso mundo pode ser cruel. As discussões começam por causa de coisas estúpidas como declarações demasiado curtas. Já entendeu agora o que disse? Ainda bem. Mesmo sendo este um mundo estúpido, podemos sempre utilizá-lo para gozarmos com as pessoas teimosas que temos à nossa frente. Sem ofensa! Muito boa tarde! Está prestada a minha declaração.



sábado, 29 de janeiro de 2011

Violoncelo: O Rei dos Instrumentos














O violoncelo é o melhor instrumento do mundo!

Sou suspeita, pois é o instrumento que eu toco, mas, na verdade, penso que mesmo que não o tocasse, fosse o melhor instrumento para mim.


Tenho várias razões para gostar dele: é diferente... Não é tão pequeno como o violino nem tão grande como o contrabaixo, mas tem o tamanho ideal ( para mim, é claro) e uma elegância que poucas pessoas conseguem ter.
Tem um som muito parecido com a voz humana, mas mais cheio e completo, mais calmo de certa forma. É confortável... Temos a obrigação de ficar sentados quando o tocamos, o que é realmente um privilégio reconfortante. Enfim, é fantástico, maravilhoso e serve também como arma de guerra, devido ao espigão afiado que tem no fundo. Nós, os violoncelistas, temos uma sorte do catano em termos tal protecção contra os ladrões e criminosos mais perigosos. Temos sempre o nosso violoncelo à disposição. Para além do mais, é também muito útil para fazermos chantagem com quem não nos deixa copiar o trabalho de casa.

Não é admirável? Não é simplesmente deslumbrante? Não vale a pena contestarem, não mudarei de opinião, espero apenas que mudem a vossa e se ajoelhem perante o rei dos instrumentos. Obrigada pela vossa atenção. Juro solenemente que não vos vou espicaçar com o espigão.




P.S. Esta é a Jacqueline Du Pré com o tema Song without words, de Mendelssohn.