sábado, 26 de março de 2011

Novo título?

Bom dia seguidores, leitores, anónimos! Ora bem, eu, para dizer a verdade, não gosto muito do nome do meu blogue... Como diz o meu pai, "O meu livro em construção" soa um bocado a amador, a queijo da serra do Pingo Doce. E não era bem essa a imagem que eu queria passar. Porque este blogue é tudo menos queijo da serra do Pingo Doce ou outros quaisquer derivados do leite. Ainda pensei em chamá-lo "Crónicas do óbvio e da vida quotidiana", "Amarga500", "Violoncelista e Cª" ou "A arte de descascar batatas", mas precisava assim de uma opinião e de mais ideias, se faz favor. Por isso, seguidores, leitores, anónimos, se tiverem uma imaginação fértil e estiverem a ler isto agora, bem, fico à espera! Nunca se recusa o pedido de um bloguista!
Com os melhores cumprimentos,
Margarida Magalhães Vieira

sexta-feira, 25 de março de 2011

A Primavera e a greve dos camionistas

Este ano, a Primavera veio um dia mais cedo! Em vez de dia 21 veio dia 20. Quem sabe a boleia para Portugal se tenha adiantado, ou a Primavera tenha decidido vir mais cedo, por causa da greve dos camionistas, da demissão de Sócrates e da confusão que começaria a florir em Portugal no dia 21. Por isso, veio um dia mais cedo, para que toda a gente reparasse na sua chegada com a devida atenção e não estivessem preocupados com o curioso estado crítico do nosso país.
Infelizmente, hoje em dia, as prioridades do ser humano estão muito confusas. Mesmo no calmo e relaxante dia 20 de Março, que a Primavera escolheu para aparecer, existem coisas com que as pessoas se preocupam. Alarmam-se por causa do trabalho de casa que se esqueceram de fazer, assustam-se por causa do teste que vão ter no dia seguinte, inquietam-se por causa do relatório, do resumo ou da acta que vão ter de entregar na terça-feira e espantam-se pela cada vez mais catastrófica situação do Japão.
A Primavera está com muita falta de sorte! Ela, que estava habituada a ser recebida de braços abertos, apenas recebe, para animar, uma ou outra crónica optimista (que não é o caso) nuns bloguesitos rasca sem piada nenhuma (que também não é o caso).
Tenho pena da Primavera e dos desempregados, que se esforçam tanto para nada.

Dedicado à minha tia, que recebeu a Primavera de braços abertos e cujo blogue não é nada rasca.
Dedicado ao Samuel, que adora arco-íris de uma forma estranha.

sábado, 19 de março de 2011

Dia do pai

Hoje é um dia muito especial. Espero que nenhum de vocês, filhos, se tenha esquecido dele. Hoje é um dia diferente para o descascador de batatas cá de casa.

Dedicado ao meu pai, o dito cujo de quem falei em cima.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Transborda pessoas

"Se não te calas levas um murro que vais parar à China!"
Esta é uma frase muito conhecida. Muito conhecida... muito utilizada, mas que não faz sentido nenhum. Por amor de Deus!!! Ninguém tem assim tanta força!!! Parem de se vangloriar, meus amigos e comecem a ir ao ginásio, porque eu não vejo músculos nenhuns! Se querem mandar alguém para a China, é fácil. É preciso apenas adormecer a suposta vítima, levá-la cuidadosa e silenciosamente até ao aeroporto mais próximo e embarcar clandestinamente no primeiro voo da TAP. E já está. Quem diria?
Já agora, porquê a China? De mais pessoas é que a China não precisa de certeza! Poderiam sempre mandar a vítima para o Alaska, ou para a Sibéria, que quase não têm pessoas. Mas não, em vez disso preferem a China. Esse país que transborda de pessoas, que aplica políticas antinatalistas, que manda imigrantes para sítios como Portugal, que está cheio de bebés, crianças, adolescentes, e de mais um número infinito de gerações que nunca mais acabam. E as pessoas, em vez de ajudarem a pobre China que já mal consegue respirar de tanta população, mandam para lá mais uma pessoa, só para chatear.
Se não páras com isso, mando-te para a Gronelândia.

Dedicado ao Miguel, que não sabe fazer rimas.

Dedicatórias

Dedicatórias...
Vou começar a fazer dedicatórias nos textos que escrevo no blog. Mas nada muito comprido ou chato, como algumas que vêm nos livros. Dedicatórias curtas e objectivas e que só chateiem as pessoas a quem são dedicadas. E juro que se vos apanho a não ler as minhas dedicatórias, nunca vos hei-de de dedicar alguma coisa... E ponto final parágrafo.

Dedicado à minha vizinha de cima, pois esqueci-me de a avisar que hoje não ia almoçar com ela.

sábado, 12 de março de 2011

Descascador de batatas

Quando era ainda muito pequenina e inocente (como se isso fosse há muito tempo atrás!) perguntei ao meu pai o que queria ser se não fosse professor. O meu pai sorriu com um ar matreiro e respondeu: "Se não fosse professor, queria ser descascador de batatas num restaurante!"
E eu ri-me muito alto, porque mesmo pequenina e inocente sabia distinguir uma brincadeira de uma coisa séria. Mas agora, para dizer a verdade, penso que seria muito menos trabalhoso para o meu pai ser descascador de batatas no MacDonald's do que professor na escola ali da esquina. Quando se é descascador de batatas, existe um grande risco de cortarmos os nossos próprios dedos e de ficarmos com a mão cansada de fazermos sempre o mesmo movimento e até, com um bocado de azar, de ficarmos com um entorse na mão. No entanto, depois de muitos longos anos a descascar tubérculos de tamanho indefinido no MacDonald's, pode ser que evoluamos para descascadores de cebolas e passemos os dias a chorar até nos secarem as lágrimas. Depois, mais tarde, quando o dono do MacDonald's se reformar, talvez tenha pena do pobre coitado que passa o dia a chorar até secar as lágrimas e o promova a dono daquilo tudo. E, com sorte, talvez o desgraçado descascador de cebolas apareça no telejornal, ou num qualquer documentário sobre alguém que preferiu ser descascador a professor, e, ao contrário do que se esperava, se tornou num milionário respeitado por todos os fãs de hambúrgueres e outra qualquer comida de plástico.
Quando se é professor tem de se preparar aulas, fazer actas, ir a reuniões, ajustar o horário de modo a poder levar e ir buscar os filhos à escola, lidar com encarregados de educação que insistem no facto de o seu filho ser um santinho que não faz mal a uma mosca, transmitir más notícias, escrever recados, marcar faltas disciplinares e perder o intervalo por causa de um único miúdo cheio de dúvidas sobre a matéria, que para o professor não é assim tão difícil.
Ao menos dantes, segundo contam os meus pais, ser professor era divertido. Os alunos empenhavam-se, os horários não eram tão apertados, não havia tantas leis, decretos, artigos, ofícios, circulares,... e a matéria não parecia tão enfadonha. Mas, como dizem as pessoas mais velhas, esta juventude e este governo de agora já não são o que eram. Eu não sei nada do que digo, só digo o que ouço de outras pessoas, de pessoas mais velhas, mais experientes e com outra noção de liberdade.

Ao menos, quando descascamos batatas, ninguém se dá ao trabalho de nos chatear a cabeça.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavras à janela

Adoro teatro! Acho que é uma forma eficaz de exprimirmos a nossa raiva ou quaisquer outras coisas que estejamos a sentir, sem ninguém reparar que é real. Em vez de dizerem: "Eh lá! Estás enervada como a minha mãe quando me "esqueço" de arrumar o quarto!" ou: "Coitadinha, está tão triste! Vai afundar-se em lágrimas a pobre rapariga!", dizem: "Meu Deus! És tão talentosa! Enganaste-me bem! Nunca vi ninguém tão boa como tu! A sério... Oh, estás a ser demasiado modesta!".
Curvo-me perante o génio que inventou o teatro! É absolutamente engenhoso e não precisa de muito estudo. O sonho de todos os delinquentes juvenis... Mais ou menos...
De qualquer forma, eu faço parte de um grupo de teatro e aqui há uns tempos apresentamos vezes sem conta o nosso primeiro teatro: Palavras à janela!
Aqui está um poema que inventei com esse nome:

Espreito pelo vidro...
As palavras, fora da janela,
Falam umas com as outras
E cantam melodias que toda a gente conhece.
As conversas são as mesmas,
Gastas, repetidas,
Toda a gente as esquece.
Mas são bonitas as palavras,
Nunca cansam ninguém.
São sempre as mesmas,
E livres,
Dizem o que lhes convém.