Às vezes não sei o que fazer da música! Às vezes toco sem saber o que estou a tocar, a pensar noutras coisas: no que vai acontecer a seguir no Game of Thrones, nas piadas que os meus amigos disseram quinta-feira, nas piadas que eu digo a que só eu acho piada... Toco, sim, mas não toco, não, não estou a tocar verdadeiramente, porque não estou lá, estou na Lua.
Outras vezes toco e estou toda na música, completamente absorvida e sem conseguir pensar em mais nada porque nem sequer penso em pensar. Porque nem sequer sei que estou absorvida, só estou! Se me apercebo que estou, aí já é mais complicado: o meu cérebro distrai-se e começo a vaguear outra vez.
O meu cérebro... É complicado. Às vezes tenho que andar à porrada com ele para ver se faço alguma coisa, ("Tenho que ir estudar." "Mas apetece-me tanto ver aquele filme que dá hoje na TVI" "Margarida, esse filme não tem qualquer conteúdo, vai mas é fazer alguma coisa que não te diga o fim logo no princípio. Como estudar!" "Mas... eu quero. Vou ver o filme." "Cérebro, vamos ter que andar à batatada?!").
Se calhar é isso que define a capacidade de trabalho de um aluno: a aptidão de andar à batatada com o cérebro. Quanto mais porrada, mais capacidade; quanto mais capacidade, mais estudo; quanto mais estudo, mais sucesso, logo, quanto mais porrada, mais sucesso. Eu diria até que porrada é, no fim de contas, o pináculo da sociedade, o alicerce de toda a criação! Cá está uma coisa que não nos ensinam bem na escola. É lógica da pura! Os professores não percebem mesmo nada...
Acho que devia escrever um livro.
domingo, 26 de janeiro de 2014
sábado, 18 de janeiro de 2014
Chuva, lama, liberdade
Apanharam-me à chuva. Viram-me lá, de cabeça para o céu, o guarda-chuva aberto ao meu lado, sem uso, a apanhar chuva livremente, como eu. Só assim, a sentir as gotas terríveis na pele, sem se lembrar que tinha um uso e um propósito e um caminho a seguir.
Apanharam-me à chuva, de cabeça para o céu, o guarda-chuva sem uso e os pés descalços todos enterrados na lama! Ai, os caminhos, quais caminhos? Não tenho caminho, estou enterrada na lama e não consigo seguir nenhum caminho assim! A lama prende-me como areia movediça, mas não me engole e não me mata e faz-me sentir bem. Tão bem!!
Apanharam-me à chuva. De pés enterrados na lama, de sonhos enterrados na alma, de chuva entranhada na pele. E repreenderam-me. "Ai rapariga que te constipas! Vais apanhar uma pneumonia!" Mas sabe tão bem! "Sai-me já desse temporal!". Temporal? Que temporal? Parece-me chuva tão miudinha! "E esses pés miúda, esses pés, deves estar enregelada! Anda, anda tomar um banho para casa." Mas porquê? Estou a tomar aqui, aqui mesmo nesta chuva e nesta lama, um banho de maravilhosa liberdade! E de suave areia movediça! O meu guarda-chuva também gosta e esqueceu-se do seu uso e do seu propósito e do caminho a seguir. Também eu me esqueci! De tudo, tudo! E não me quero lembrar... Nem de usos, nem de caminhos, só da chuva e da lama e da liberdade! O resto, não sei, não me lembro, não quero. Quem és tu? O que faço eu neste mundo? O que é que querem de mim?
Quem sou?
Apanharam-me à chuva, de cabeça para o céu, o guarda-chuva sem uso e os pés descalços todos enterrados na lama! Ai, os caminhos, quais caminhos? Não tenho caminho, estou enterrada na lama e não consigo seguir nenhum caminho assim! A lama prende-me como areia movediça, mas não me engole e não me mata e faz-me sentir bem. Tão bem!!
Apanharam-me à chuva. De pés enterrados na lama, de sonhos enterrados na alma, de chuva entranhada na pele. E repreenderam-me. "Ai rapariga que te constipas! Vais apanhar uma pneumonia!" Mas sabe tão bem! "Sai-me já desse temporal!". Temporal? Que temporal? Parece-me chuva tão miudinha! "E esses pés miúda, esses pés, deves estar enregelada! Anda, anda tomar um banho para casa." Mas porquê? Estou a tomar aqui, aqui mesmo nesta chuva e nesta lama, um banho de maravilhosa liberdade! E de suave areia movediça! O meu guarda-chuva também gosta e esqueceu-se do seu uso e do seu propósito e do caminho a seguir. Também eu me esqueci! De tudo, tudo! E não me quero lembrar... Nem de usos, nem de caminhos, só da chuva e da lama e da liberdade! O resto, não sei, não me lembro, não quero. Quem és tu? O que faço eu neste mundo? O que é que querem de mim?
Quem sou?
Subscrever:
Mensagens (Atom)