quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavras à janela

Adoro teatro! Acho que é uma forma eficaz de exprimirmos a nossa raiva ou quaisquer outras coisas que estejamos a sentir, sem ninguém reparar que é real. Em vez de dizerem: "Eh lá! Estás enervada como a minha mãe quando me "esqueço" de arrumar o quarto!" ou: "Coitadinha, está tão triste! Vai afundar-se em lágrimas a pobre rapariga!", dizem: "Meu Deus! És tão talentosa! Enganaste-me bem! Nunca vi ninguém tão boa como tu! A sério... Oh, estás a ser demasiado modesta!".
Curvo-me perante o génio que inventou o teatro! É absolutamente engenhoso e não precisa de muito estudo. O sonho de todos os delinquentes juvenis... Mais ou menos...
De qualquer forma, eu faço parte de um grupo de teatro e aqui há uns tempos apresentamos vezes sem conta o nosso primeiro teatro: Palavras à janela!
Aqui está um poema que inventei com esse nome:

Espreito pelo vidro...
As palavras, fora da janela,
Falam umas com as outras
E cantam melodias que toda a gente conhece.
As conversas são as mesmas,
Gastas, repetidas,
Toda a gente as esquece.
Mas são bonitas as palavras,
Nunca cansam ninguém.
São sempre as mesmas,
E livres,
Dizem o que lhes convém.

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